domingo, 16 de outubro de 2011

Projeto Tyrant - Saiba tudo sobre um dos monstros mais queridos e temidos pelos fãs da série Resident Evil


Os Tyrants talvez sejam um dos monstros mais queridos da série. Surgido como uma das principais motivações para os planos de Wesker no primeiro Resident Evil, a criatura acabou virando sinônimo de grande e esperada ameaça para a maioria dos jogadores. Suas origens, porém, permanecem uma das principais inconsistências da série principal. 

As explicações sobre as pesquisas que geraram uma das principais armas biológicas começaram a ser dadas em Resident Evil Survivor. Em RE: The Umbrella Chronicles, a Capcom tentou solucionar o mistério de uma vez por todas, mas uma rápida análise nos faz ver que a trama encaixada pela produtora está longe de solucionar o problema da origem dos Tyrants 


Para poucos "escolhidos"

De acordo com o segundo Wesker's Report, publicado na internet como parte da campanha de divulgação de Resident Evil Remake, o desenvolvimento do Tyrant encontrou um percalço desde o início. Segundo os relatos do cientista, encontrar uma cobaia compatível com a pesquisa era praticamente impossível, uma vez que apenas "uma a cada dez milhões de pessoas infectadas [com o T-Vírus] se transformaria em um Tyrant, com o restante virando zumbi."

O problema estava em uma das principais características do T-Vírus. Um indivíduo infectado apresentava alto grau de deterioração das células cerebrais e, sendo assim, era impossível de ser controlado. A ideia de William Birkin, também envolvido no projeto, era criar uma variante viral que causasse menos dano ao hospedeiro mas, para tal, a pesquisa necessitava de algumas cobaias adequadas. Ele e Wesker estavam, então, de volta ao primeiro problema. 


Mesmo assim, o que se vê é uma profusão de Tyrants em praticamente todos os games da série lançados antes da renovação proposta por Resident Evil 4. A cada jogo, mesmo que não enfrentados como chefe final, o jogador era colocado frente a frente com pelo menos um monstro desse tipo. 

A forma como os acontecimentos da série se seguem, porém, sugere que a Umbrella conseguiu superar o obstáculo de alguma forma. Se contarmos todos os Tyrants que aparecem apenas em jogos da série principal, chegamos a um total de treze: 

- Proto-Tyrant, de Resident Evil Zero
- Tyrant T-002, de Resident Evil Remake
- Seis T-103, de Resident Evil 2 e The Umbrella Chronicles (um na delegacia e outros cinco que enfrentaram as tropas do exército americano)
- Nemesis T-Type, de Resident Evil 3
- T-078, de Resident Evil CODE: Veronica
- Dois Ivans, de Resident Evil: The Umbrella Chronicles
- T.A.L.O.S., de Resident Evil: The Umbrella Chronicles

Explicação possível, nome difícil

Em Resident Evil: Survivor, a Capcom introduziu uma primeira explicação possível para a enorme quantidade de Tyrants que haviam sido mostradas até então. A Ilha Sheena, palco dos eventos do título, também era conhecida como "Tyrant Plant", um local onde as criaturas do tipo T-103 (as mesmas vistas em Resident Evil 2) eram fabricadas em massa para venda.

A produção de uma enorme quantidade de Tyrants seria possível com a utilização da Hetero Não-Serotonina Beta, gerada nos cérebros de jovens na fase final da puberdade. Essa descoberta foi feita por Vincent Goldman (ao lado), que liderava o centro de pesquisas da Ilha Sheena. De forma a continuar seu trabalho, ele ordenou o sequestro de diversos adolescentes problemáticos ao redor do mundo, jovens cujas faltas não seriam sentidas. 


A obtenção dessa preciosa substância fictícia carregava consigo um fator de extrema crueldade. Por ser obtida apenas em situações nas quais o individuo está sob medo ou tensão extremas, o cérebro dos adolescentes era aberto e fatiado com eles ainda vivos. A Hetero Não-Serotonina Beta era, então, injetada juntamente com o T-Vírus nas cobaias escolhidas para se tornarem Tyrants. 

O método criado por Vincent obteve sucesso mas, até onde se sabe, não chegou a ser utilizado por outros braços da Umbrella. Provavelmente, o segredo do cientista não foi compartilhado com o restante da empresa e se perdeu para sempre após a explosão da Ilha Sheena. Mais tarde, a utilização da Hetero Não-Serotonina Beta seria descartada como explicação "oficial" para a criação dos Tyrants.

Sergei Vladimir e seus irmãos 

A resposta definitiva da Capcom para o problema da produção de Tyrants apareceu em Resident Evil: The Umbrella Chronicles e, provavelmente, foi perdida por grande parte daqueles que jogaram o game. Em uma decisão estranha, em vez de contar a história em uma cutscene ou por meio de um file, a Capcom decidiu elucidar o mistério durante a batalha final contra Sergei Vladimir. Caso o jogador acabasse com o monstro rápido demais, jamais ouviria as falas programadas que explicavam a trama.

Ex-coronel do Exército Vermelho, o russo se uniu à Umbrella em 1991, após a queda da União Soviética. A lealdade à sua pátria foi rapidamente transferida para a empresa. Além de ser um dos principais responsáveis pela criação da U.B.C.S., time de elite voltado à contenção de danos durante incidentes biológicos, Sergei se envolveu de alguma forma nas pesquisas do Projeto Tyrant, e acabou sendo fundamental para a continuidade da produção das armas biológicas.

O organismo de Sergei foi identificado como compatível para a produção de armas biológicas e, sendo assim, ele se deixou clonar. Ao todo, dez clones do vilão foram produzidos e eram considerados por ele como verdadeiros irmãos. Apesar da relutância de Sergei, sua lealdade à Umbrella falou mais alto, e todas as cópias foram utilizadas em pesquisa, sendo duas delas transformadas em guarda-costas pessoais do russo.

Uma questão matemática

Na tentativa de dar uma explicação, a Capcom falhou em cobrir completamente um dos furos na trama da série. Apesar de apresentar um motivo simples para a fácil localização de diversas cobaias compatíveis com o Projeto Tyrant, a empresa falhou na hora de fazer as contas: são dez clones de Sergei Vladimir contra treze Tyrants apenas nos jogos da série principal. 


Há ainda mais uma criatura, modelo T-091, vista em Resident Evil: Dead Aim (ao lado), e Thanatos, chefe final de RE Outbreak. Nossa contagem, por razões óbvias, ignora a quantidade absurda de Tyrants vista na Ilha Sheena pois, como já foi explicado, todos são fruto da pesquisa com a Hetero Não-Serotonina Beta.

A explicação para a discrepância entre os números é simples: houve uma falha de contagem por parte do roteirista de Resident Evil: The Umbrella Chronicles, Kumiko Ogawa. O autor não considerou os outros cinco T-103 presentes no incidente em Raccoon City, levando em consideração apenas aquele que é enfrentado em RE2. Quando somados todos os monstros vistos na série principal mais o de Dead Aim e Outbreak, atingimos o total de dez Tyrants, mesmo número de vezes que Sergei foi clonado.

Sem mais

Com Resident Evil 5 dando uma suposta conclusão ao arco de histórias iniciado no primeiro game da série, parece improvável que a Capcom algum dia reconte a história do Projeto Tyrant. A explicação dada em The Umbrella Chronicles ficará como um ponto final definitivo.

Para os fãs, resta apenas não fazer as contas e ignorar a diferença numérica entre a quantidade de clones de Sergei e o total de Tyrants presentes na série. Isso, ou ficar esperando por mais uma resolução que, provavelmente, jamais virá.

By Gordo Gamer

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